Transposição: posseiros fecham saída da retomada para a cidade de Pedra Branca (BA)

As retomadas de terras tradicionais realizadas pelos povos Tumbalalá e Truká seguem ocorrendo. As ações são em protesto à transposiçao do rio São Francisco e pela regularização das terras destes povos.

A liderança Maria José Tumbalalá informou que os posseiros que vivem na terra reivindicada por seu povo fizeram uma barreira na saída da cidade e impediram a passagem dos indígenas e até mesmo da imprensa durante a tarde. Há alguns minutos, após intervenção policial, a barreira foi desfeita.

Na terra dos Tumbalalá, vivem cerca de 450 posseiros. Muitos deles são agricultores atingidos por barragens que foram instalados em agrovilas pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).

O grupo de mais de 300 Tumbalalá aguarda, ainda para esta quarta, a presença do administrador regional da Funai em Paulo Afonso, João Valadares. A Funai em Paulo Afonso informou, no meio da tarde, que o administrador já tinha saído com destino ao município de Pedra Branca, onde ocorre a retomada.

O povo Tumbalalá luta pelo seu reconhecimento étnico desde 1998. Em 2003, depois de 3 anos de reivindicações dos indígenas, a Funai montou um grupo de trabalho (GT) para a identificação deste grupo, mas os estudos ainda não foram concluídos.

Este povo de cerca de 3000 pessoas vive em pequenos aldeamentos. O maior deles é a aldeia de Nossa Senhora da Conceição do Pambu. As comunidades vivem em terras acima do nível do Rio, o que dificulta sua irrigação e a produção de alimentos. Depois que as barragens construídas no São Francisco destruíram a irrigação natural que fertilizava o solo, este povo tem ainda mais dificuldade para produzir. Alguns indígenas trabalham nas terras dos Truká, outros têm empregos nas cidades vizinhas.

Contatos
Maria José Tumbalalá – (87) 9993-7097; Cícero Tumbalalá (pedir pra chamar – o telefone é de Laidiane) – (87) 9101-8260

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