Para a corte e seus bobos, Brasil seria “cachorrinho ranheta do 3º Mundo”

O reaça-mor da Veja, Reinaldo Azevedo, finalmente encontrou quem pense exatamente igual a ele sobre o Governo Lula: uma articulista do Wall Street Journal chamada Mary Anastasia O’Grady.

Triunfalmente, deu-se ao trabalho de traduzir, publicar e comentar no seu blogue o artigo dessa Anastasia que não é nenhuma princesa, está mais para serviçal da Corte. O motivo de seu júbilo, RA trombeteou logo no título: ela, supostamente, “arrasa com a política externa de Lula”.

As pessimamente traçadas linhas de A dança de Lula com os déspotas, da Anastasia sem nobreza, não passam de descarado lobby israelense contra a posição brasileira de resistir à imposição de sanções contra o Irã.

Israel quer porque quer abortar o programa nuclear iraniano, na suposição de que servirá para fabricar bombas atômicas.

ONU, EUA e países subservientes às paranóias israelenses se desmoralizam ao punirem apenas o Irã.

Pois, enquanto o mundo não colocar sob o mais rígido controle o arsenal nuclear de Israel, nação responsável pelos recentes massacre de palestinos (2008/09) e chacina de pacifistas (2010), não pode exigir nada de país nenhum.

A pior ameaça à humanidade, o governo mais bestial em relação a outras nações e outros povos, é exatamente o israelense, em razão de suas reações apocalípticas a qualquer agressão sofrida e da sua absoluta amoralidade, a ponto de haver oferecido ármas nucleares para a África do Sul no auge do apartheid.

O artigo da pistoleira de aluguel que tanto excitou RA diz:

“O mais recente exemplo de como o Brasil ainda não está pronto para figurar no horário nobre dos círculos internacionais se deu na semana passada, quando votou contra as sanções ao Irã no Conselho de Segurança da ONU. A Turquia foi a única parceira do Brasil neste constrangedor exercício. Mas a Turquia pode ao menos usar como desculpa suas raízes muçulmanas. Lula está levando a reputação do Brasil para o brejo só para a sua satisfação política pessoal”.

Para bom entendedor, fica evidente que este é o único motivo para a peça propagandística ter sido redigida e veiculada no house organ do parasitismo financeiro, não o fato de Lula “defender e exaltar (…) alguns dos mais notórios violadores dos direitos humanos do planeta”.

Se Ahmadinejad se dedicasse apenas a exterminar oposicionistas e homossexuais, não lançando ameaças (meramente retóricas, por enquanto) contra Israel, o estado judeu não daria a mínima para essas matanças – abomináveis, sem dúvida, mas cuja escala foi muitíssimo inferior à do último pogrom israelense sobre Gaza.

É sempre bom lembrar: de uma tacada só Israel varreu 1.434 palestinos da face da Terra, enquanto os executados por denunciarem fraude eleitoral no Irã seriam, no máximo, 70.

Choca-me ver um jornalista brasileiro, por pior que seja, repercutindo panfletos estrangeiros contra o presidente e o ministro das Relações Exteriores do Brasil – o primeiro tratado como “um político esperto que veio das massas mas ama o poder e o luxo” e o segundo, como “um intelectual notoriamente antiestadunidense e anticapitalista”.

Pior ainda é o tratamento dado ao próprio Brasil, que a Anastasia publicista apresenta como “um país ressentido, um cachorrinho ranheta do 3º Mundo”.

2 comentários sobre “Para a corte e seus bobos, Brasil seria “cachorrinho ranheta do 3º Mundo””

  1. Engraçado é ver que Lula ao apoiar o Irã que possui apenas “suspeitas” que enriquecerão urânio para fins bélicos, é motivo de piada internacionalmente enquanto o país dessa jornalistazinha medíocre apóia um país que é o que mais assassina pessoas por ano. E se o Irã for enriquecer urânio para produzir bombas mesmo, ele tem o direito mesmo estando no TNP, afinal EUA e Rússia estão no TNP e deus sabe quantas bombas esses países têm. É vergonhoso assistir a isso, enquanto Israel mata pacifistas em Gaza, os resto dos países criticam uma tentativa de acordo (que todos os outros malditos países insistem em não dar o braço a torcer) do Brasil e Turquia com Irã. Esses dois países merecem pelo menos respeito e gratidão pela negociação enquanto os outros chefes de estado birrentos passam a mão da cabeça de Israel e ignora suas ações assassinas.

  2. O que essa Anastácia consegue mostrar é a sua limitada visao, formada pelo cabresto político-ditatorial norte-americano. Pois, seu ‘‘brilhante’’raciocínio se desenvolve segundo a conveniencia norte-americana. Que está buscando engrossar seus argumentos vazios contra o Irã.
    Esta é uma clara visao que temos do ‘‘limitado’’ povo norte-americano. Depois de toda orquestrada e hipócrita manipulaçao Israel-EUA, por detras de sangrantos eventos, o governo consegue convencer a todos que seus atos sao justificados e que cada declaraçao dada por eles é revestida da mais pura verdade. Lamentável!

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