Investigados podem assumir ministério – a menos que seja o Lula

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Foto: STJ
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Foto: STJ

O poder é uma coisa.

1. No dia 17 de março, um juiz de primeira instância que já havia se manifestado pró-golpe impediu Lula de assumir como ministro de Estado. Segundo Itagiba Catta Preta Neto, da Justiça Federal de Brasília, a posse de Lula oferecia “risco para as investigações em curso”. (http://bit.ly/1rSNMeT, http://bit.ly/1rSNFQk)

2. O julgamento sobre a questão estava marcada para mais de um mês depois no STF – dia 20 de abril –, quando o ministro do Supremo Teori Zavascki adiou a pauta.

3. Já no dia 17 de maio, esta terça-feira, quando já está instalado o governo biônico com quase todos os ministros com algum envolvimento com crimes (http://bit.ly/1TdTrIy), Teori Zavascki correu para declarar à imprensa: a Constituição brasileira é clara quando diz que “uma pessoa é inocente até que haja condenação formal por parte do Poder Judiciário” e que “nada impede que os nomeados ministros de Estado exerçam o papel e atuem nas suas competências, uma vez que essas nomeações são uma opção do presidente que assumiu”. (http://bit.ly/1rSOmJw)

4. Um detalhe interessantíssimo: a única “denúncia” que foi solicitada (e não aberta ainda) contra Dilma e Lula no STF é sobre… atrapalhar as investigações.

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As panelas, queridos, nunca foram contra a corrupção.

Corrupção quem combatia era o Estado quando tínhamos a estrutura do Ministério da Justiça livre para investigar e o STF independente. Aprendam isso para, na próxima, não colocarmos uma máfia no poder à toa.

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