Grupo lança nota de repúdio a operação de subprefeitura de São Paulo que criminaliza comunidade boliviana

Ação truculenta da Subprefeitura de Mooca em pleno Dia da Independência na Bolívia representa quebra de acordo e do diálogo sobre a regularização da Feira Cultural e Gastronômica Boliviana, aponta grupo de direitos humanos.

O Centro de Direitos Humanos e Cidadania dos Imigrantes (CDHIC) manifestou nesta terça-feira (6) repúdio à Operação da GCM (Rapa) por parte da Subprefeitura da Mooca, em pleno feriado nacional na Bolívia – Dia da Independência, comemorado por toda colônia boliviana residente em São Paulo.

Desde 2012, ainda no governo de transição, vem sendo feito um enorme diálogo envolvendo as associações de imigrantes, CDHIC, moradores, comerciantes locais, o Subprefeito da Mooca Francisco Carlos Ricardo e assessoria, Secretário Municipal de Direitos Humanos Rogério Sottili, Coordenador de Políticas para Migrantes Paulo Illes e o próprio Prefeito Fernando Haddad.

No entanto, descumprindo um acordo e encaminhamentos feitos após reuniões entre estas partes, a Subprefeitura da Mooca está realizando nesta terça-feira (6) uma nefasta operação policial, com viaturas, caminhões, vans e mais de 20 policiais na Rua Coimbra, tratando os feirantes bolivianos com truculência e criminalização.

“Uma violência institucional que quebra a intenção firmada entre as partes de regularizar a Feira Cultural, praticar políticas públicas de apoio ao turismo, valorizar a presença dos imigrantes sul-americanos e combater direta e indiretamente a vulnerabilidade social na qual vivem as famílias de bolivianos”, afirmou em nota o CDHIC.

O Centro informou que o projeto de regularização já tramita perante a administração municipal, consta do Plano de Governo Haddad e o que estava acordado era uma resposta técnica, um parecer para adequação jurídica e procedimentos de cadastro dos feirantes.

“Que fique claro, não se trata de regularização de camelôs (que apoiamos) ou simples feira de artesanato. Trata-se de uma Feira Cultural, Artística e Gastronômica de Bolivianos, que pode ser modelo para o Brasil e tantas outras comunidades de imigrantes”, afirma a nota.

“Uma ação completamente despropositada, desrespeitando o processo de diálogo e ofendendo inclusive uma data comemorativa para os bolivianos, na contramão do que vem sendo dito pelas autoridades municipais. Não é para ter ação desse tipo nem hoje, nem dia nenhum!”, diz a nota, que completa: “Exigimos que esta ação policial seja interrompida imediatamente e queremos explicações das esferas governamentais envolvidas, Subprefeitura, SMDHC e Gabinete do Prefeito.”

Confira os links sobre o processo de diálogo que estava sendo realizado em http://bit.ly/14gYR9Z

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