Denyse Godoy, da Folha de S. Paulo
Um caso de agressão envolvendo adolescentes da cidade de Jena, no sul dos Estados Unidos, devolveu às manchetes norte-americanas a delicada questão das tensões raciais no país. Ontem, milhares de pessoas de diferentes procedências saíram às ruas da cidadezinha da Louisiana para manifestar apoio a seis adolescentes negros que podem ser condenados por suposta tentativa de assassinato de um colega branco devido a uma briga na escola.
A história começou há pouco mais de um ano, no início do período letivo de 2006 da Escola de Ensino Médio de Jena. Em uma reunião com a direção sobre a volta às aulas, um aluno negro perguntou, em tom de brincadeira: “Podemos nos sentar sob aquela árvore no pátio?”. A árvore era um ponto de encontro de alunos brancos. “Você sabe que pode se sentar onde quiser”, respondeu o vice-diretor, Gawen Burgess.
Na manhã seguinte, duas forcas -uma alusão aos enforcamentos de negros nas primeiras décadas do século 20 por grupos de supremacia branca como a Klu Klux Klan- surgiram penduradas na árvore.
Identificados os três estudantes brancos responsáveis, uma investigação interna da escola recomendou sua expulsão. Mas o comitê de punições optou por uma suspensão, alegando que a atitude não teve cunho racista. O FBI (polícia federal americana) chegou a ser convocado, e a conclusão foi a de que o ocorrido não se enquadrava nas definições de crime de ódio.
A decisão provocou reações da comunidade negra, e o caso ganhou as manchetes locais. As tensões se acirraram, e brigas entre estudantes em decorrência da polarização tornaram-se freqüentes. O colégio chegou a ser fechado por alguns dias.
A história atingiu seu clímax quando, em 4 de dezembro, um grupo de adolescentes negros espancou Justin Barker, branco, dentro da escola. Bastante machucado, Barker chegou a ser hospitalizado e liberado em um intervalo de horas (…) Leia na íntegra aqui (para assinantes UOL ou Folha).