Esta campanha eleitoral está revelando nossas entranhas, nossa dificuldade de aceitar a frustração de perder ou não ganhar. Não me refiro à saudável e necessária discussão sobre escolher a democracia ou o fascismo, mas sim sobre nosso comportamento em face da frustração.
Convido a cada Brasileiro, a olhar para sí e se perguntar como estou lidando com a milha frustração de não conseguir convencer o outro que o meu candidato é o melhor.
A psicologia nos lembra que quando José fala de Pedro, José revela mais de sí do que de Pedro. Quando vociferamos contra o outro que não vota em quem eu voto, estamos muito mais revelando quem somos, do que quem o outro é.
Pense nisso. Um erro não justifica outro. Um ponto de vista é apenas à vista de um ponto. Vamos continuar, conversando, trocando ideias, fazendo perguntas que semeiam dúvidas em nossas certezas e nos fecha ao diálogo que nos abre ao diferente, ao outro. Só muda quem se dispõe a rever suas certezas.
Doutor em Psiquiatria e Antropologia. Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Social. Criador da Terapia Comunitária Integrativa. Autor de vários livros. CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/8155674496013599.